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Somemos visões: a resiliência no mini basquetebol

Somemos visões: a resiliência no mini basquetebol

É vital formar os jogadores e as jogadoras na sua capacidade de superar obstáculos, na mentalidade de crescimento, na força. Uma visão desde a prática concreta.

05 / 10 / 2020

Apresentar cenários resilientes para obter jogadores e jogadoras resilientes é um desejo que todas e todos temos quando nos colocamos à frente de um processo de formação nas idades mais novas. O conceito de resiliência me desperta curiosidade e boas sensações há alguns anos. Comecei a incorporá-lo no meu âmbito laboral da educação formal e, definitivamente, é uma dimensão, “ser resiliente”, que se instalou em meu discurso. Desde esta visão macro da educação me atrevo a pensar numa transferência ao mini basquete.

Então, posso pensar em jogadores resilientes nas idades de iniciação? Quais seriam suas características mais observáveis? Será um valor possível de treinar e de melhorar? Por agora, penso no seu alcance desde uma aproximação inicial, buscando instalar e me instalar novas perguntas e seguir aprofundando sua aplicação real na aula prática concreta.

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Comecemos definindo a questão: a resiliência educativa tem a ver com o aumentar da probabilidade de êxito educativo, além da vulnerabilidade que vem das experiências e condições ambientais (Wang, Haertl e Walberg, 1994).


Buscando referências teóricas que me respaldem e me guiem pelo tema, encontrei a Roda da resiliência proposta por Henderson e Milstein (2003).

Para estes autores a resiliência é “a capacidade de se recuperar, se sobrepor e se adaptar com êxito diante da adversidade e de desenvolver competência social, acadêmica e vocacional pese a estar exposto a um estrese grave ou simplesmente às tensões inerentes ao mundo de hoje”.

Vamos percorrer juntos cada uma das seis variáveis para pensá-las desde a prática mesma do mini basquete:

Enriquecer os vínculos: é determinante conseguir esta premissa entre os atores envolvidos. Ligar o ensinar e o aprender ao prazer é um objetivo inegociável, mediar as relações conteúdo-formador-jogador (a) desde uma interação afetiva é uma meta a ser conseguida.

Fixar limites claros e firmes: instalar um marco normativo de possibilidades, cuidados, oportunidades para todos e todas é determinante para obter um ambiente prazeroso, seguro, de superação e de desfrute genuíno. Para gerar contextos de aprendizagens, estabelecer o que se pode e o que não se pode, é chave para construir o pacto social que nos contém e cuida do coletivo, a “equipe”.

Ensinar habilidades para a vida: há que interpretar o mini basquete como meio, como uma desculpa motivadora para aprender e superar desafios em base ao esforço que traz mais esforço. Formamos pessoas, depois desportistas e, por último, jogadoras e jogadores.

– Brindar afeto e apoio: os reforços emocionais positivos ajudam a despertar curiosidade, sem medo aos equívocos, buscando auto gerir a aprendizagem, liderando como formadores com o corpo, a linguagem e as emoções.

– Estabelecer e transmitir expectativas elevadas (a possibilidade de dar o melhor de si, a melhor versão de cada um): há que lhes propor desafios às crianças, para que busquem sua zona de desenvolvimento próximo com nossos andaimes prontos para construir pontes. Que vão e regressam por mais saber.

Brindar oportunidades de participação significativa: a igualdade e a equidade devem ser manejadas de forma artesanal desde nosso papel de docentes como uma prioridade impostergável. Há que ser parte do jogo como protagonista ativo e não como um satélite que acompanha.

O formador deixa de ser um instrutor exclusivo de habilidades técnico-táticas e se converte em modelo de identificação pessoal.

“Bonus Track”:

Um pedido aos recrutadores de talento: repensem sua arraigada, enviesada e exclusiva visão quantitativa. Incorporem em seus indicadores de potencial o desenvolvimento desta maravilhosa capacidade de superar obstáculos, de mentalidade de crescimento, de força, em definitiva “o valor da resiliência”.

por Juan Lofrano

Tradução: Filipe Ferreira

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