Nos últimos anos tive a oportunidade de percorrer quase toda a Argentina ditando cursos de revalidação das licenças de Nível I e clínicas de mini basquetebol, o que me permitiu conectar com as distintas realidades que atravessam o extenso e diverso território argentino.
Cada contexto apresenta necessidades, urgências, horizontes e interesses próprios. É curioso, todos estão atravessados por uma inquietação comum: a competição. As pesquisas que realizamos desde o Departamento de Mini basquetebol da CABB (Confederação Argentina de Basquetebol 2018 - 2019) mostraram as múltiplas estratégias utilizadas para organizar a forma de jogo nesta etapa de iniciação e porta de entrada ao basquetebol.
Se bem que sempre se respeitam os aspectos estruturais, numa altíssima porcentagem, para facilitar os elementos que impactam nestas idades (altura dos aros, peso e tamanho da bola, quantidade máxima de minutos dos jogadores e idades, entre as mais visíveis), convivemos com diferentes posicionamentos. Por um lado, jogar torneios com tabelas de posições buscando o campeão de mini basquete. Por outro, utilizar encontros com um caráter recreativo como fim em si mesmo, ou ainda situações intermediárias, diferenciando a categoria Mini (11 e 12 anos) da Pré-mini (9 e 10 anos) e Cebolitas (6, 7 e 8 anos), as quais combinam as duas posições anteriormente citadas.
Junto aos professores Pablo Genga, Javier Orlandoni e Maximiliano Seigorman, responsáveis de redigir o Manual de Mini basquetebol da CABB - Guia para o ensino (descarga disponível somente em espanhol), tomamos uma postura clara num capítulo exclusivo e detalhado, dedicado a este tema tão controverso. Apresentamos uma visão que podemos resumir na frase: “Competir bem se sobrepõe sobre o ganhar”. Reconhecemos que a competição é inerente ao jogo e que o problema está no que nós, os adultos, fazemos com ela. Desde essa visão propomos uma série de ferramentas para que a partida do fim de semana (na Argentina há o hábito de competir aos fins de semana) seja uma parte chave do processo de ensino e aprendizagem, criamos um plano de transições adaptadas às diferentes categorias, com um critério que cresce em complexidade e nos desafios a serem enfrentados.
Quero dividir com todos os treinadores uma ideia que me apareceu há algum tempo. Convido a vocês a jogar um torneio mais desafiador e profundo: o Campeonato do ensino. Temos que nos capacitar constantemente, democratizar o saber, ser equitativos com nossas propostas, utilizar a heterogeneidade de modelos, planejar equilibrando desafios e oportunidades, respeitar interesses e necessidades dos jogadores e jogadoras. Temos que partir sempre desde os saberes prévios dos jogadores, saber de basquete e de crianças em igual proporção. Integremos as famílias. Sejamos inclusivos. Então vamos a ser campeões junto a toda a equipe e poderemos dar uma merecida volta olímpica. A boa notícia é que podemos ser muitas e muitos ganhadores.
por Juan Lofrano
Tradução: Filipe Ferreira
Em abril de 2025, acontecerá em Mar del Plata – Argentina, o 1º Train and Play LG. O evento inclui treinos, oficinas de arremesso, jogos competitivos, torneios de 3x3, todas as refeições, hospedagem e traslados.
Esta é uma lista de ideias para construir a identidade dos nossos times. Sempre é melhor trabalhar em bons processos.
Quem tem um bom arremesso desfruta mais do jogo. Mas arremessar bem é difícil e requer muito tempo de prática. Cinco dicas para jogadores. Cinco dicas para treinadores.
As crianças sempre querem jogar uma partida. Os professores querem que as crianças aprendam e se divirtam. Um exemplo para resolver essa questão.