Em minha experiência como treinador, muitas vezes um pai ou uma mãe desesperados se aproximaram de mim para me dizer que seu filho não iria jogar basquete por um tempo porque estava indo mal na escola. Diante dessa situação, obviamente sempre respeitei a decisão deles, mas ao mesmo tempo os convidei a pensar juntos se era uma decisão adequada. Vejamos: quando o ano começa, os pais dizem implicitamente ao filho "você tem tempo suficiente para se dedicar ao basquete e à escola". Mas na primeira reprovação escolar e como punição, a decisão é “você não vai mais ao basquete.”
O que a criança interpreta? Que o que o impede de ter um desempenho escolar como a família espera é o tempo que dedica ao basquete, quando todos sabemos que não é assim. A prática sistemática do desporto ajuda a desenvolver-se como pessoa, promove o trabalho em equipa, alimenta a auto-estima, ajuda a desenvolver hábitos comportamentais, ajuda a concentrar a atenção e a concentração, e muitas outras consequências, todas elas positivas, tão educativas como a escola regular comparecimento.
Então, por que tomar essa decisão? Porque, de alguma forma, queremos que você corrija sua atitude em relação aos estudos e melhore seu desempenho escolar. Se esse é o objetivo, não seria mais adequado ajudá-lo a organizar sua agenda semanal e colocar na mesa o tempo que ele dedica a cada uma de suas atividades? Por exemplo, quanto tempo você passa em frente às telas? Esse tempo é tão educativo quanto o tempo de prática esportiva? Todos nós sabemos que não. Por outro lado, está provado que o castigo, ou seja, o punitivo fechará os canais de diálogo e a única coisa que provocará é a raiva, a raiva e, em geral, a negação do problema.
Estou convencido de que a reflexão, as orientações claras e o diálogo no momento certo são as melhores ferramentas para convencer, não para forçar. E, nesse sentido, o professor é um aliado por excelência para ajudar as famílias e passar, entre todos, a mesma mensagem. Juntos, podemos ajudá-lo a organizar sua semana, dedicar tempo a todas as suas atividades e realizá-las da melhor maneira possível. Talvez haja momentos em que você deva dar mais prioridade a um do que a outros. Aí será preciso se recompor, embaralhar e dar de novo para poder ajudá-lo a treinar de forma equilibrada, sem se privar de nada e sem queimar etapas precocemente.
O esporte, assim como a escola, é um agente potencialmente educativo. Depende de como os adultos o manejam para que se torne uma ferramenta de treinamento ou não.
por Pablo Genga
O treinador Pablo Genga analisa o Constraints-Led Approach (CLA), uma metodologia que propõe problemas ao jogador para que ele os resolva.
Treinar a técnica individual de forma isolada tem pouca utilidade. É diferente ensinar a usar um gesto técnico para resolver um problema de jogo.
Os motivos, as aspirações, o projeto esportivo e o mito dos clubes pequenos. O treinador Juan Lofrano aborda um tema incômodo que impacta no nível institucional.
Como construir, a partir do treino cotidiano, uma cultura de jogo rápido e agressivo. O basquete mudou — a forma como o ensinamos também precisa mudar.