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As pequenas grandes ideias na comunicação

As pequenas grandes ideias na comunicação

Vai além do dinheiro. Se nossa proposta de mini basquetebol vale a pena, o fator criativo é a chave para diagramar estratégias exitosas.

12 / 09 / 2020

Nos clubes e nas escolas de mini basquetebol é comum escutar o balbucio de um fantasma que percorre o ginásio, os distintos escritórios e os vestiários.

–Não há dinheiro! – Diz esse fantasma com um tom pálido.

E às vezes apontar sem uma pausa que não há dinheiro é simplesmente uma desculpa para não pensar alternativas. As ideias são o principal valor agregado de qualquer projeto. Desde a elaboração de um programa desportivo inovador até o uso das redes sociais. E as ideias, dedicando tempo à pesquisa, se encontram. Nem sempre faz falta investir dinheiro. As ideias se compram, é verdade. Mas também se constroem.

Uma boa forma de começar a pensar é desde o princípio, apesar da procura desse princípio implique colocar em crise as bases históricas de nosso projeto. No mini basquetebol pontualmente, se nosso objetivo é conseguir que mais crianças procurem os treinamentos, o primeiro é revisar o que estamos oferecendo. Quase nunca o problema é nossa incompetência para vender. Ou a falta de marketing. Se nossa proposta desportiva é de qualidade, se vende só. Com algumas estratégias de comunicação podemos acelerar processos, real, mas carecer dessas estratégias não significa que vamos tropeçar. Se revertemos a lógica: se nossa proposta é deficiente, por mais comunicação, tecnologia e marketing que apliquemos vamos cair na arca dos fracassos. Isso sim, um fracasso charmoso, com uma gráfica charmosa e uns vídeos charmosos adornando nosso canal de YouTube.

I Congresso Internacional de Mini Basquetebol LG 

Se só fosse questão de investir em recursos tecnológicos e marketing, qualquer pessoa com um capital inicial suficiente alcançaria o êxito em qualquer empreendimento. E isso, evidentemente, não funciona assim. Ou seja, primeiro há que ser criativo na construção de nosso projeto. Depois, mover as peças necessárias para fazê-lo conhecido. Nunca ao revés. A mágica não existe.


Voltemos ao fantasma do dinheiro. Suponhamos que temos um projeto que valha a pena, mas não contamos com recursos suficientes para comunicá-lo à escala que supostamente merece para ativá-lo com velocidade. As pequenas grandes ideias, nestas situações, são determinantes. Aqui serve citar o caso da multinacional Apple Inc. Não é uma comparação de escala. Impossível e desnecessário. É o fato de observar um fenômeno e aprender.


No ano 2000 Apple Inc. começou a desenvolver um produto que marcou um antes e um depois na indústria musical: o IPod. Um reprodutor de música que tinha uma qualidade superlativa em cada uma de suas ferramentas, desde o áudio até a experiência de apertar seus botões. Em pouco tempo se converteu em um objeto cobiçado por jovens e adultos. Apesar de que era o reprodutor, por longe, mais caro do mercado, vendia de milhares de unidades por minuto. Investiram milhões de dólares em publicidade e em posicionamento de marca. Entretanto, a estratégia de comunicação mais eficiente do IPod não foram as páginas das revistas, nem os segundos de publicidade nos programas mais populares da televisão estadunidense.

Um reprodutor de música se leva dentro de um bolso. E os fones de ouvido, dentro da orelha. Não é uma camiseta ou um short que uma pessoa aparece de forma explícita pela rua. Nem sequer é um celular que se usa a cada momento. É um objeto que passa 99% de seu tempo escondido. Onde esteve então a astucia da Apple? Fabricar os fones de ouvido com o cabo de cor branca. Essa ideia, tão simples, foi a estratégia de comunicação mais efetiva que teve o IPod. Era uma forma de identificar à primeira vista a quem tinha esse objeto tão apreciado e espetacular. Mas o Ipod não foi vendido a milhares pela cor de um cabo. Vendeu porque era um dispositivo excelente. A inovação da cor foi um fator que potencializou a comunicação. Uma pequena grande ideia que representou milhões de dólares em lucro.

Quando nos topamos com o fantasma da falta de dinheiro há que acender a criatividade. Se temos um bom produto, temos que buscar qual pode ser nosso cabo branco que nos ajude a potencializar o bem que estamos fazendo. E se não estamos fazendo nada que valha a pena, então é momento de ir às bases, revisar com espirito crítico e começar de novo.

por Agustín Marangoni

Tradução: Filipe Ferreira

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