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O desafio de superar o “sempre fizemos assim”

O desafio de superar o “sempre fizemos assim”

É tempo de ir além das dicotomias e conceitos absolutos no ensino do mini basquetebol.

14 / 07 / 2020

Entre os textos mais interessantes que li durante este período me encontrei com duas frases que me deixaram inquieto e motivado. As duas se originam de campos e visões diferentes. Entretanto, podemos juntá-las para conseguir uma síntese útil para o mini basquetebol. Por um lado, o conceito que se refere a que “não são tempos para verdades absolutas” e, por outro, “é tempo de quebrar com a ordem natural das coisas”.

Depois de pensar e repensar, creio que nós, treinadores, temos enraizados alguns mitos sobre nossa tarefa com as crianças que nos impedem de revisar nossas sessões de treino e refletir como líderes dos processos de ensino que percorremos. Respaldado nos dois conceitos que sustentam este texto, vou colocar em evidência alguns dos pontos de reflexão que, como vozes internas, nos atravessam e nos interpelam:

- Sou analítico ou construtivista?

- O mini é competitivo, educativo ou recreativo?

- No mini não se corrige ou somente trabalhamos analiticamente com os jogadores?

- Há que saber mais dos jogadores que de basquete ou ao revés?

- Priorizamos o desenvolvimento da técnica e da tática de forma isolada ou em forma paralela e simultânea?

- A idade cronológica nos diz tudo? Então o que fazemos com os saberes prévios e o desenvolvimento motor?

Faz tempo que com o professor Pablo Genga transitamos em um caminho que abre à heterogeneidade. Buscamos nos afastar do pensamento binário, absoluto, tão dogmático que não dá lugar às mudanças. Nosso objetivo é encontrar caminhos didáticos melhores para colocar os jogadores de mini basquetebol no papel de protagonistas.

Então, a ideia é mudar o VS. por um grande símbolo de +. Ou seja: somar. Guiados sempre pela tarefa irrenunciável de ensinar e cuidar das emoções de nossos jogadores todos os dias, para que aprendam a jogar com seus amigos, se sintam competentes e se convertam em Cidadãos do basquetebol.

De algo estou seguro: os processos longos, pacientes e sistemáticos não deixam espaço para os atalhos táticos nem aos minis campeões apressados. Temos que derrubar os mitos que paralisam, que freiam a possibilidade de sonhar com um mini basquetebol para muitos e muitas, com crianças que se divertem e aprendem.

Por Juan Lofrano

Tradução: Filipe Ferreira

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