Será pela velocidade. O relógio de posse é mais curto, o rodízio dentro do campo é imediato e vence quem fizer 21 pontos além do tempo de jogo. Tudo é espetacular. Da arquibancada, duas equipes estão permanentemente focadas na defesa e no ataque, tão concentradas que podem parecer uma partida altamente hostil. Mas não. Esses são os códigos do basquete 3x3, que nasceu na rua, nas praças, nos pátios das escolas. Já existe uma tradição. A ponto de os especialistas definirem como outro esporte. É basquete, claro. Em outra modalidade que cresce.
E talvez cresça porque permite que os caras tenham mais contato com a bola do que no 5v5.
Está na moda no mundo todo, principalmente depois das Olimpíadas de Tóquio, onde estreou como esporte oficial. Isso levou a um aumento na qualidade do jogo e ao surgimento de novos talentos. São milhares de meninos e meninas que aprendem nesta modalidade fora dos clubes e academias. Aprendem olhando para os outros na rua e copiando habilidades – muitas delas incríveis – que viralizam nas redes sociais.
Na última sexta-feira, 24 de fevereiro, e sábado, 25 de fevereiro, aconteceu no calçadão de Mar del Plata o Tornero 3x3 organizado pela Secretaria Nacional de Esportes, Enard, CAB, ADC e Liga 3x3, todos sob a produção da LG. 200 meninos e meninas das categorias sub-14, sub-16, liga profissional e livre. O espetáculo foi incrível: mais de 1.000 pessoas assistiram aos jogos e ficaram para acompanhar os meninos.
O evento de Mar del Plata aconteceu com extrema precisão. Foram dois dias, com atividade em seis campos de características profissionais montados na orla da praia. Todas as categorias demonstraram habilidade surpreendente, tanto os menores quanto os profissionais. Os jogos da Liga 3x3 foram transmitidos ao vivo no sinal de streaming do Basquet Pass. O segundo dia foi o AmeriCup, acompanhado por Roberto "Toro" Acuña, Juani Marcos e Tomás Chapero, três dos jogadores da seleção argentina de basquete masculino que disputavam as eliminatórias da Copa do Mundo no Estádio Centro Esportivo. Também estiveram presentes a Secretária Nacional de Esportes, Inés Arrondo, e o Presidente do CAB, Fabián Borro.
O público e os jogadores vieram tirar fotos com a taça. Momento emocionante com o distintivo conquistado no ano passado, no mais importante campeonato de seleções do continente americano. À tarde, foram disputadas as finais. Na Liga 3x3, o Peñarol sagrou-se campeão, na categoria feminina, e o Obras Basket, na categoria masculina. O que se seguiu no Centro Esportivo na noite seguinte quebrou as expectativas de um país que buscava sua vaga na Copa do Mundo de Basquete nas Filipinas, Japão e Indonésia. Mas isso é outro assunto.
Para o técnico e especialista em 3v3 Juan Gatti, deve ser definido como uma disciplina em si, com algumas semelhanças com o basquete 5v5. É assim que ele explica na palestra O Desenvolvimento do 3x3, que proferiu no âmbito das Clínicas para Treinadores Jr. da NBA.
Um dos pontos fortes, aponta, é o fato de ser um esporte equalizador: as federações mais poderosas do mundo podem competir com qualquer clube pequeno. A única coisa necessária é conseguir quatro jogadores. Um torneio pode ser desenvolvido em um final de semana, de forma bem simples. É um único arco, em meia quadra. E para mobilizar uma equipe, basta um carro com capacidade para quatro pessoas.
“Além disso, é um esporte muito dinâmico e divertido que gera novos contextos. Há um alto-falante, há música. É um cenário muito intenso. Muito atrativo, tanto para observar quanto para praticar”, destaca.
Tal é o boom que está a ter a nível internacional que Gatti considera fundamental incluir o 3x3 na programação desportiva das federações e clubes. Ele precisa ocupar seu lugar de direito com autoridade, especialmente porque já é um esporte olímpico. E os treinadores têm de aceder a mais conhecimentos sobre esta disciplina para poderem treinar os jogadores.
Para a Argentina, uma das viradas no desenvolvimento do 3x3 foi o campeonato que a seleção conquistou nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018. Essa medalha acendeu luzes que marcaram novos rumos no planejamento do basquete do país.
Segundo Gatti, o jogador 3v3 tem que saber jogar perto da cesta, chutar de fora, controlar a bola e manter uma boa defesa. A altura não é tão decisiva quanto em 5v5. Um tamanho de 1,94 ou 1,95 é perfeito para esta modalidade.
O arremesso de fora é fundamental porque os pontos são contados por 1 e por 2. Não por 2 e por 3. Ou seja, o arremesso de fora em 3v3 soma 50% a mais do que uma cesta abaixo do tabuleiro. O manuseio da bola também é fundamental. Existem confrontos 1v1 permanentes: você tem que saber atacar o aro de forma agressiva.
Os passes têm que ser rápidos e precisos. O relógio de tiro é de 12 segundos. Você não pode perder nem um décimo. É por isso que a condição física é tão exigente, não há tempo de recuperação. A dinâmica de defesa e ataque não tem descanso. "Uma boa atitude defensiva deve ser acompanhada de uma excelente condição física em termos abrangentes", afirma.
O regulamento 3x3 não permite que os jogadores recebam instruções do treinador. Isso significa que eles devem tomar suas próprias decisões durante o jogo. Tamanho do desafio. O treinador, além do treinamento técnico e tático, precisa que seus jogadores construam caráter suficiente para se relacionar com seus companheiros, para que saibam ler as vantagens e desvantagens dentro da partida e fazer mudanças.
“Estamos chegando perto dos 10 anos de evolução profissional do 3x3. O primeiro ponto que temos que trabalhar é a análise. O que vemos em cada jogo, o que a equipa nos dá de volta. A partir daí vamos construir os cenários e replicá-los no jogo”, completa Gatti.
O Torneio 3x3, em cada uma de suas seis quadras, expôs o potencial que o basquete argentino tem nesta modalidade. As inscrições foram abertas a todos que quisessem jogar. Foi assim que as equipes se enfrentaram de forma eclética. Aqueles que chegaram com a gramática 5v5 viram-se obrigados a reorganizar e reinterpretar suas habilidades. Acima de tudo pelo impulso necessário, pela força. Foram dois dias impecáveis, com um desempenho desportivo que marcou os meninos e meninas que dele fizeram parte. A bola já está no ar.
Em abril de 2025, acontecerá em Mar del Plata – Argentina, o 1º Train and Play LG. O evento inclui treinos, oficinas de arremesso, jogos competitivos, torneios de 3x3, todas as refeições, hospedagem e traslados.
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