Estou começando a selecionar o material para o curso de Desenvolvimento tático no minibasquete da Associação LG, em 2021. Entre outras bibliografias, revisei o Manual de Mini Básquet CABB – Una guía para la enseñanza (em espanhol), em busca de um pouco de ajuda. E a encontrei! Quando escrevi sobre o tema tático com os professores Pablo Genga, Javier Orlandoni e Maxi Seigorman, trabalhamos com uma descrição anônima e real que nos abriu a visão. Transcrevo o texto desde a página 95:
“Imaginemos este cenário: partida de Sub-15/17, um sábado à tarde em algum ginásio da Argentina. O treinador pede tempo e com um tom elevado e, um pouco de irritação, diz a seus jogadores que eles não pensam. Apesar de que sua equipe dispor de vários sistemas ofensivos pré-estabelecidos, não conseguem ler corretamente as situações que apresenta o jogo. ”
Paremos neste momento e perguntemo-nos: quando ensinamos nossos jogadores a pensar? No mini basquetebol utilizamos a resolução de problemas para poder ensinar a reconhecer e melhorar a capacidade de escolha entre as diferentes opções que o jogo nos dá? Quanto tempo dedicamos para o planejamento destas situações, desde o 1x1, passando por todas as combinações possíveis até o 3x3 ou 5x5?
O que habitualmente observamos nas aulas, é aquele treinador que “joga junto” e pensa, geralmente, pelos atletas: “corre, passa, freia, faz a bandeja”, e, por aí, segue. Não há modo de educar um jogador a tomar boas decisões se quem as toma sempre, ou em geral, é o treinador.
Resumindo este conceito, o treinador deve apresentar estas situações e regulá-las, mas não deve decidir para os jogadores e jogadoras. Quem deve aprender a decidir são elas e eles.
Esta modalidade tem a ver com a possibilidade de automatizar gestos em um contexto variável e com alto grau de incerteza. Portanto, devemos ensinar aos jogadores e às jogadoras a resolver situações em ambiente de procura, permitindo a fase exploratória e a análise das melhores opções.
O desenvolvimento tático amplo e versátil pode ser ensinado. Os atalhos táticos, não.
Quando falo de quebrar o mito, faço referência a uma relação mecânica entre tática e sistemas ofensivos fechados e pré-determinados. Estamos longe de seguir esta linha no mini basquetebol. Há que debater profundamente quando iniciar com esquemas táticos fechados, ofensivos e defensivos, que atentam contra o desenvolvimento de jogadores e jogadoras criativos, tão solicitados no basquetebol moderno.
Defendamos o 1x1, 2x2 e 3x3 com todas as suas variações. Aplaudamos as cestas da técnica e da tática individual fluindo, ao passar e cortar, ao romper e passar, a ajudar quem me ajuda e a que a bola mande sempre. No minibasquete há que ocupar os espaços de forma inteligente. Já haverá tempo para punho, camisa ou polegar alto.
E quando nos preguntam, “Qual a posição que jogo, treinador?
– Na posição do jogador de basquete que se anima a desfrutar do jogo! – responderemos!”.
Por Juan Lofrano
Tradução: Filipe Ferreira
Em abril de 2025, acontecerá em Mar del Plata – Argentina, o 1º Train and Play LG. O evento inclui treinos, oficinas de arremesso, jogos competitivos, torneios de 3x3, todas as refeições, hospedagem e traslados.
Esta é uma lista de ideias para construir a identidade dos nossos times. Sempre é melhor trabalhar em bons processos.
Quem tem um bom arremesso desfruta mais do jogo. Mas arremessar bem é difícil e requer muito tempo de prática. Cinco dicas para jogadores. Cinco dicas para treinadores.
As crianças sempre querem jogar uma partida. Os professores querem que as crianças aprendam e se divirtam. Um exemplo para resolver essa questão.