Esta pandemia freou nossas práticas como professores e professoras de mini basquete. Apesar disso, também nos deu o tempo que não tínhamos para revisar nossos saberes, nossas bases teóricas e nos capacitar de maneira virtual com profissionais de qualquer parte do mundo. Desta forma, quem gosta do mini e da iniciação desportiva busca cada semana uma palestra que nos pareça interessante, o curso que aportará esses saberes que necessitávamos aprofundar e o especialista da área que nos atrai e nos deixa pensando em cada frase.
Neste contexto, nos pareceu interessante oferecer um espaço para compartilhar o ponto de vista de diferentes profissionais vinculados ao basquete, que abarcaram uma diversidade de temas que contemplaram o período completo do mini basquete. Durante os últimos oito meses falaram-se muito destes temas de forma atomizada, independente. Nos propomos, então, a criar um espaço que tivesse diferentes modalidades para ver, escutar, interagir e nos inspirar a produzir nosso próprio percurso. Cremos que era uma boa oportunidade para concentrar visões. Assim surgiu a ideia de um congresso. Imediatamente depois, surgiram os temas e os dissertantes. Buscamos a excelência. Algumas pessoas estavam posicionadas no impacto concreto do trabalho, outras chegaram com uma visão mais macro, apesar de também próxima e necessária.
Trabalhamos muito para que o congresso saísse com a qualidade que os exponentes mereciam. Conseguimos convocar mais de duzentos professores e professoras de toda a América Latina: foi um acontecimento heterogêneo e desfrutável de uma só vez, tal qual as nossas aulas.
Duvidamos se a carga horária do congresso faria que as pessoas que assistiram se cansassem, mas não. A média de participantes se manteve inalterada ao longo das duas extensas jornadas. E a participação e motivação cresceram à medida que passavam as palestras.
Sobre os temas
Haver iniciado com o professor Diego Cavalli falando sobre a perspectiva do direito foi uma decisão precisa. Por sua parte, a professora Paula Reggiardo deu aula sobre um tema que nos atravessa como sociedade: a perspectiva de gênero no mini basquete. E, para fechar o conteúdo do sábado de manhã, o professor Claudio Frattoni colocou em cima da mesa a importância da educação do movimento através dos sistemas funcionais. Despois da pausa, escutar o professor Javier Orlandoni falando sobre o ensino foi desfrutar com cada palavra de sua clareza. Logo em seguida, chegou um dos temas que quebraram com o molde do marketing digital e da identidade dos clubes, a cargo do professor Agustín Marangoni quem deu uma aula de luxo. Como se isto fosse pouco e já com a jornada chegando a seu fim, a cereja do bolo foi posta pelo enorme professor Silvio Santander, quem vinculou ao mini basquete e o programa desportivo do clube de bairro. Um final de jornada que deixou muitas ganas de seguir.
E assim aconteceu: o domingo iniciou com uma modalidade diferente. Quatro mesas redondas de debate, moderadas por um especialista em cada tema, sobre quatro problemáticas significativas: como massificar, a arbitragem, a competição e a possível incorporação de uma linha de 3 pontos à 4 metros. Professores e professoras de todo o continente deram seu parecer fundamentando cada postura, cruzadas, logicamente, pelos diversos contextos de cada região. Enquanto as conclusões eram redigidas das mesas, o professor Carlos Saggio nos deixou sem palavras com a clareza que o caracteriza para explicar como as famílias podem ajudar às crianças a se formarem no mini basquete. Depois, as conclusões das mesas redondas e uma pausa para almoçar.
O último bloco de atividades, começou com três pesquisas científicas vinculadas ao mini basquete e a formação física das crianças, que destacaram-se a importância de fundamentar com dados as nossas práticas. Estiveram a cargo do professor Dr. Adrián Casas, o professor Ms. Gabriel Fessia e o professor Pablo Genga. Expuseram as conclusões de seus trabalhos e marcaram um ponto de partida para futuras ações.
O que se seguiu foi uma palestra magistral do professor Daniel Frola. A partir de vídeos e de uma explicação tão clara como didática, abordou a temática do passe e seus fundamentos derivados no jogo moderno. A motricidade e a formação de habilidades motoras de base não podiam faltar. Por isso, o professor Fausto Centeno contou toda sua experiência no desenvolvimento motor de crianças para aplica-las nas atividades lúdicas. Para finalizar, o professor Juan Lofrano “tirou a bola do estádio”, como bem disse um colega centro americano, com sua palestra sobre a didática do mini basquete e dos modelos de ensino inovadores.
Foram duas jornadas extensas, felizes, nas quais o mini basquetebol se instalou como tema de discussão a um nível muito elevado. Houve dissertantes da máxima hierarquia e um compromisso e uma paixão pela aprendizagem de todos os participantes que nunca esqueceremos. A diversidade dos temas foi um acerto. Não se deu volta sobres dois ou três problemáticas. Abrimos o leque até a técnica, a motricidade, as capacidades funcionais, temas que nestes tempos de fascinação digital das crianças necessitavam voar. Ficou demostrado que a pesquisa não lhe pertence a outros campos e que o mini não pode ficar em um segundo plano dos dados a serem interpretados. Em definitiva, finalizamos com a sensação de estar vazios, como disse a professora Paula Reggiardo: não escondemos nada!
Este foi o primeiro de muitos mais espaços de encontro para que se siga falando de mini basquetebol. Agradecemos por estarem!
Pablo Genga e Juan Lofrano
Tradução: Filipe Ferreira
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