Dada a pergunta recorrente se o mini basquete é competitivo, a resposta é definitivamente sim. A lógica interna do jogo, ou seja, a perspectiva estrutural dos esportes de invasão apóia e sustenta essa afirmação. Por muito tempo e de forma cíclica, o olhar sobre o formato da competição no mini basquete voltou a ficar tenso. Bem-vindo a esta situação.
Curso: A didática do mini basquete
Parece que só temos dois caminhos que polarizam nossas visões: por um lado, surge um mini basquete recreativo e, por outro, o vinculamos a competições de adultos. Como todo pensamento binário, invalida a análise crítica. A sensação que nos atravessa é que no meio não há espaço para um debate profundo, para avaliar cada contexto e cada realidade. Somos facilmente tentados com o "recortar e colar" de outros países, outras rotas.
Quando escrevemos o Manual CAB Mini Basketball, partimos desta premissa: “o importante não é vencer, mas competir bem”. Estou cada vez mais convencido de que existe. Sempre pensei que quando estamos tão atentos às regras, aos formatos de competição, estamos a negligenciar o ensino como um aspecto inegociável da nossa tarefa com os jogadores.
Buscamos uma complexidade cada vez maior em relação aos formatos de competição: partidas 3vs3 em cebolas, 3vs3 com pinceladas de 5vs5 em pré mini sem placar com formatos de partida, projetar para 5vs5 em mini com placar zerado (ainda temos que tentar o 4vs4 e investigue) e depois cumulativo com quatros finais massivos para articular com o basquete que está por vir (Sub13 em diante). Uma tentativa de competição educacional real e não como um slogan vazio.Mini basquete é sempre amizade? É sempre um transmissor de valores? Cuidado com isso. Nosso papel é decisivo para que seja uma etapa de diversão e aprendizado.
De algo estou convencido: o esporte formativo não é o esporte de elite em miniatura. O extraordinário no treinamento é o treinamento, o comum é a competição. A partida do fim de semana é mais um treino semanal, com uma oportunidade única de feedback que nos ajuda a pensar o planejamento como algo vivo. Horizontes desafiadores, exigentes, que superam vencendo e se sagrando campeões pela urgência.
Vamos pensar sobre essas posições juntos:
Segundo o critério pedagógico, a competência está relacionada ao conhecimento. Vale dizer que a competição se refere a um indivíduo competente e não necessariamente competitivo. Então pode-se dizer que o jogador é competente no que se refere à compreensão do jogo, ou seja, que consegue transferir as ações adequadas para resolver as diversas situações que surgem.
Eu listo da minha visão algumas deficiências do mini basquete:
- Especialização precoce.
- Orientação para o desempenho e tarefas técnicas.
- Uso excessivo de situações globais (5vs5).
- Criação de estereótipos (todos iguais).
- Falta de processos perceptivo-cognitivos.
- Pouco tempo para o desenvolvimento individual.
A concepção e gestão da competição de minibasquete deve estar nas mãos dos treinadores, pois somos os únicos dentro das instituições que conhecem o basquete e a infância. Apresentar competições massivas onde todos possam tentar vencer, com critérios de inclusão são os pilares que devem sustentar nossas estratégias de jogo. Afastamo-nos das posições de minibasquete infantilizante. Meninos e meninas podem viver ganhando e perdendo. O mini basquete é de apaixonar seus protagonistas do game. Quando é solicitada a detecção de talentos, surgem atalhos e biografias motoras e biológicas precoces. No mínimo, parece perigoso. Talento não é necessário, é inspirado. Não é capitalizado, é estimulado. Não é imposto, é respeitado. Talvez seja apenas o empurrão inicial e não muito mais. Para gerir o talento, é preciso talento, ou melhor, formadores formados e apaixonados.
Se vamos apresentar uma competição com o Sub-12 seja bem-vindo, mas não vamos deixar de marcá-lo. Vamos registar dados inerentes ao jogo e o que se passa lá fora, sobretudo nesta dimensão. Vamos tomar as devidas precauções para que seja justo, para todos. O direito de jogar está acima de qualquer interesse particular. No mini basquete temos "alunos" de jogadores de basquete.
Sempre gostei dessa posição: "o resultado se resolve". Em suma, este é um indicador tardio da qualidade do processo.
Parece que hoje, nas diversas modalidades esportivas, o sucesso vale mais que o prestígio. Treinadores memoráveis são aqueles que ensinam, valorizam e desafiam seus grupos e cada singularidade.
Em suma, a competição é a forma mais eficaz de colaboração que existe; os outros me ajudam a ver o que devo melhorar. É tão simples, tão atraente.
por Juan Lofrano
Em abril de 2025, acontecerá em Mar del Plata – Argentina, o 1º Train and Play LG. O evento inclui treinos, oficinas de arremesso, jogos competitivos, torneios de 3x3, todas as refeições, hospedagem e traslados.
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