O basquete é um esporte composto por três fases: ataque, defesa e transições. No entanto, se defender é uma opção. Cumprir um papel defensivo não é o mesmo que se defender. A diferença é uma questão de atitude.
Desde o início da formação de um jogador, os treinadores se preocupam com a técnica defensiva. Que sua posição básica esteja correta, flexionando os joelhos e mantendo as costas eretas. Que seus braços ocupem muito espaço, que não juntem os pés ao se deslocar, que não saltem, etc. E quando, espontaneamente, o jogador, às vezes ainda na fase do mini basquete, tenta roubar a bola, vem o grito do treinador dizendo "não roube, não roube". Nossa preocupação com a execução limita a atitude do defensor de querer recuperar a bola, instalando a ideia de que na defesa é preciso se proteger e esperar a iniciativa do ofensivo para responder em conformidade.
Toda a atenção está voltada para a execução detalhada do gesto defensivo e não para a atitude. Em seguida, os jogadores se desenvolvem e, quando queremos que sejam ativos, que provoquem o erro, que sejam agressivos na defesa, nos deparamos com a passividade que foi construída anteriormente e é muito difícil mudar a mentalidade.
Pensemos nesta situação: o atacante está no eixo da quadra, na linha dos três pontos, de frente para a cesta, e tem em seu campo de visão seus 4 companheiros, já que seu defensor está esperando que seu adversário tome a iniciativa. O atacante tem todas as opções possíveis em seu campo de visão: a cesta, seus 4 companheiros e todo o bloqueio defensivo à sua frente. Não há ninguém incomodando. Agora, modifiquemos a atitude de um único ator nesta mesma cena: o defensor ataca a bola em uma posição de semiflexão dos joelhos, mantendo os pés afastados do atacante, mas fazendo fintas defensivas com a mão mais próxima do drible, impedindo que o atacante faça mudanças agressivas (crossover) e obstaculizando o passe com o braço oposto, de modo que o atacante não possa dar passes laterais. Esta intensidade defensiva geralmente resulta no atacante tentando se proteger virando as costas, o que fará com que, em vez de ver 4 de seus companheiros, veja apenas 2, os que estão de um lado. Essa simples mudança de atitude já reduziu as possibilidades de passe pela metade. Além disso, é muito difícil que ele consiga arremessar ou penetrar verticalmente na cesta, já que está de costas. Em última análise, o atacante passou de atacar para se defender. A preocupação não está mais em como converter, mas sim em como proteger a bola para que o defensor não a roube.
Ao tentar construir este conceito defensivo, é comum que o jogador interprete mal a ideia e pense que ele é quem deve roubar a bola. No entanto, isso não é o que buscamos. O objetivo é que, pela pressão exercida sobre o atacante, ele acabe perdendo a bola, se afastando da cesta, dando um passe ruim ou cometendo uma infração por andar ou por perder por 5 segundos.
Para desenvolver este conceito defensivo, considero essencial seguir estas cinco regras:
1- O jogador que defende quem conduz a bola é o termômetro defensivo da equipe. Se ele pressionar o atacante e o deixar desconfortável no campo ofensivo, o restante do bloqueio defensivo se contagiará, adotando a mesma intensidade.
2- Diferenciar os três momentos de controle do jogador com a bola: antes do atacante driblar a bola, o defensor deve manter os pés a um metro do atacante e com as mãos fazer fintas defensivas respondendo aos movimentos da bola.
3- Durante o driblar, ele deve se manter à mesma distância, sempre com o rosto voltado para a bola, fintando com movimentos de flick o driblar para evitar mudanças de direção frontais e agressivas, obstaculizando os passes laterais e forçando o atacante a se deslocar, de preferência de costas, para lugares desconfortáveis (perto das linhas ou em direção à sua mão menos habilidosa).
4- Após parar o driblar, posicionar os pés em forma de "cavalo" do pivô do atacante, colocando-se em uma posição de semiflexão dos joelhos e colocando as duas mãos espelhadas à bola, respondendo a todos os seus movimentos para forçar um passe defeituoso.
5- Aqueles que defendem os jogadores sem a bola devem estar cientes de que seu colega tem como objetivo pressionar o portador da bola para forçá-lo a dar um passe ruim, portanto, eles devem estar prontos para interceptá-lo, adotando uma linha de passe arriscada observando seu jogador e o atacante com a bola.
Em uma época em que as estatísticas, os números e as métricas parecem mais importantes do que a inteligência dos jogadores, continuo acreditando que defender é uma arte e saber regular a intensidade defensiva é parte central do jogo. Se no basquete formativo promovemos e estimulamos defesas arriscadas, desafiadoras e desenvolvemos as habilidades e a leitura de jogo dos jogadores para construir esses conceitos, no caso de a estratégia do jogo exigir, será mais fácil regular ou diminuir essa intensidade do que tentar fazê-la florescer como por mágica como atalho tático quando, na realidade, nunca a treinamos.
por Pablo Genga
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