Nenhum projeto nasce vencedor. As variáveis que intervém no desenvolvimento permanente de uma proposta desportiva são muitas e muito complexas. E ainda pior: são ingovernáveis. Podemos planejar ações, podemos esboçar prognósticos, mas nada assegura que acertaremos sobre o que pode acontecer. O ano de 2020 é um grande exemplo desta imprevisibilidade. Uma situação mínima na China desencadeou um colapso econômico mundial sem precedentes no último século. O mesmo acontece com a vida dos clubes e de qualquer proposta desportiva: as mudanças da sociedade avançam e impõem a necessidade de renovar visões. A pergunta central é por onde começar. É comum se perder no diagnóstico e não alcançar nunca uma primeira resposta concreta. Para isso há uma ferramenta: o marketing.
Um estudo de mercado pode mostrar quais são os pontos fortes e fracos de uma proposta desportiva. O erro é buscar uma resposta universal. Há que segmentar o cenário a ser analisado e medir cada segmento de maneira particular. Se falamos de mini basquete há que esmiuçar, ponto a ponto, cada um dos elementos que formam a proposta, para melhorar o presente e para pensar, dentro do possível, o futuro imediato. Há que analisar os conteúdos, a qualidade da equipe de formação, a comunicação interna, a comunicação externa, a atualização do equipamento e da infraestrutura, o preço da mensalidade, o tempo investido, o seguimento personalizado de cada jogador e cada jogadora, a continuidade, o engajamento obtido e dezenas de outras coisas mais.
As pesquisas de mercado aplicadas ao produto são fundamentais para melhorar sua competitividade, em especial quando as leituras são realizadas de fora para dentro. Ou seja, medindo a competição, analisando as exigências de mercado, o que procuram nossos sócios e sócias, e comparando com nossa oferta de forma absolutamente sincera: identificar nossos pontos fracos é a única forma de pôr em marcha mudanças de impacto. O processo de identificação e visualização dos pontos fracos custa muitíssimo. Geralmente, o viés otimista impede que aceitemos que nosso trabalho é inútil ou pouco competitivo. Há que anular esse viés ou vamos perder tempo e esforços em algo que nunca vai obter bons resultados.
Identificar nossos potenciais também é chave. Encontrar elementos subvalorizados com capacidade de se converter em recursos centrais de nossa proposta é uma ação que nos permite crescer sem realizar mudanças drásticas. Neste sentido, o caso de êxito do Instagram é interessante de analisar.
Fica claro que uma plataforma digital para postar fotos, vídeos e vender produtos não se compara com a dinâmica de um clube ou uma escola de mini basquete. Mas, sim, é interessante ler analogias.
Quando o Facebook comprou o Instagram em 2011, a empresa tinha uma equipe de trabalho de 12 pessoas e estava em pleno crescimento: contava com 10 milhões de usuários. Mark Zuckerberg propôs otimizar a proposta sem perder sua essência. O diagnóstico que realizou a equipe do Facebook, com base na experiência dos usuários, mostrou que o recurso mais atrativo do Instagram eram os filtros para aplicar nas imagens. A primeira ação, como consequência, foi ampliar o catálogo de filtros, facilitar o acesso no aplicativo e seguir de perto as métricas para saber quais eram exitosos e quais não. Os resultados foram quase que imediatos: em menos de um ano quintuplicaram a quantidade de usuários. Na atualidade, o Instagram supera 1 bilhão de usuários ativos. Otimizar um elemento que já existia foi a chave.
Este caso de sucesso é um exemplo atual para entender a importância de revisar nosso trabalho em busca do que fazemos sem aprofundar, basicamente porque desconhecemos sua projeção potencial. Hoje, com tantas exigências para desenvolver uma proposta competitiva, é inadmissível desaproveitar um recurso próprio pela ausência de um diagnóstico profissional. Os benefícios podem representar a ponta do iceberg para escalar nossa proposta.
por Agustín Marangoni
Tradução: Filipe Ferreira
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