Finalizou a participação da equipe argentina masculina adulta nos Jogos Olímpicos de Tokio 2020. Agora é o momento da análise, do balanço e da avaliação. São muito abundantes as opiniões sobre a forma de jogo, a rotação, o papel de cada jogador, a falta de homens grandes, de arremessadores e a elaboração da estratégia do corpo técnico. Também houve tempo para revisar o apoio (ou não) dos dirigentes nos últimos tempos a uma geração que dentro da quadra nos deu muitas alegrias. Dizer que cada opinião é válida é uma obviedade e, além disso, um direito.
Sempre é mais fácil opinar e apontar o dedo ao outro que fazer uma introspecção. A avaliação da performance da equipe e do papel dos diretores na gestão é responsabilidade de quem está diretamente envolvido nessa questão. Agora, me pergunto: O que estamos fazendo cada um de nós para detectar e formar homens grandes? O que estamos fazendo para formar arremessadores? O que estamos fazendo para colaborar na formação de jogadores fisicamente aptos para jogar competições internacionais?
Há não muitos anos, recordo, que os clubes mais importantes do basquete argentino buscavam jogadores do interior, os recrutavam, os desenvolviam e logo chegavam a formar parte das seleções nacionais. Atualmente essa equação se inverteu: os planteis das seleções nacionais formativas, geralmente, são formados por jogadores dos clubes do interior da argentina, e aí, vão recrutá-los. Por outra parte, todos os clubes estão em condições de recrutar? Não há outro formato para detectar jogadores com projeção e, de quebra, massificar o basquete?
Se cada clube pudesse levar a cabo um projeto de detecção de talentos, o qual sistematicamente convoque jovens que não jogam basquete e selecionasse dentro desse grupo algum com projeção, poderíamos ter mais potenciais jogadores disponíveis. E o que fazemos com aqueles que não são detectados como talentos? Convidamos a jogar do mesmo jeito! Em definitiva, queremos mais jogadores dentro do clube, não?
Desde o ponto de vista físico, a mensagem que nos chega desde os corpos técnicos de nossos selecionados formativos é que os jogadores chegam com uma massa muscular menor do que o resto dos planteis que dominam o basquete mundial. Neste sentido, todos os clubes da Argentina contam com um preparador físico? É fundamental sua presença se realmente queremos seguir competindo com as potências. E, sobretudo, é chave sua capacitação para estar informado dos últimos avanços em relação às ciências vinculadas à preparação física.
Por último, para formar arremessadores, devemos dispor de tempo para ensinar e treinar. Já foi dito que a quantidade de partidas que jogam nossos jogadores nas etapas formativas atenta contra o bom treinamento. Se todo o tempo estão jogando, é muito difícil que possam se desenvolver e melhorar suas habilidades e sua condição física. É por isso que devemos priorizar a formação e utilizar a competição como um meio de desenvolvimento e não como um fim em si mesmo.
Em definitiva, é muito bom que as pessoas opinem sobre a equipe nacional, que tantas satisfações nos deu durante estes anos, mas não temos que nos esquecer que este é um reflexo do basquete que construímos entre todos e todas, de forma cotidiana, nos nossos clubes. Os jogadores que chegam à elite não vêm de outro planeta. Vêm de nossos clubes. Cada um de nós somos o primeiro degrau formativo de um processo muito longo e complexo. Então também é nossa responsabilidade aportar, cada um do seu lugar, um grão de areia para que o basquete cresça e podamos seguir sendo considerados a escola argentina.
por Pablo Genga
Tradução: Filipe Ferreira
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