Pensar a longo prazo é uma das coordenadas mais recomendáveis para ajustar a bússola de um projeto desportivo. Apesar disso, nem todos os fatores que intervém no desenvolvimento de uma proposta devem ser pensados no longo prazo. Também há que atuar no imediato. Como diz o analista Morgan Housel, uma coisa é o longo prazo e outra distinta é a teimosia disfarçada. Para visualizar melhor esta situação, vamos dividir nossas necessidades em dois grupos: Momento Semente e Resultados.
O momento semente
Quando algo nasce requer ações imediatas. Por exemplo, o investimento em capacitação. Mudar ou atualizar o “mindset” de uma equipe diretiva, de um plantel de formação ou de um grupo de trabalho em qualquer área leva tempo. Entretanto, a ação de se capacitar deve ser executada agora. Já mesmo. Os resultados dessa inversão serão vistos a longo ou médio prazo. As ferramentas devem ser adquiridas o antes possível.
O mesmo acontece com a infraestrutura, com os recursos de comunicação, com os recursos tecnológicos e com os serviços. Devemos pensar o que é o que sempre vai se manter vigente. Ou seja, o que sempre vai estar nos primeiros lugares da lista de exigências de um desportista, cliente, sócio ou anunciante que confia em nosso projeto. Estes itens são para o curto prazo. Cada projeto terá os seus e é vital identifica-los o antes possível.
Desenvolvimento tático no mini basquete
O empresário Jeff Bezos, “CEO” da Amazon, tem como prioridade a inversão permanente em logística, em “User Experience (UX)” de seu site e de seu aplicativo e em estocar para manter os preços baixos. Por quê? Simples: ninguém jamais vai exigir a uma empresa que complique seu processo de compra (“costumer journey”), nem que aumente os preços, nem que entregue os produtos mais lentamente. Esses são investimentos imediatos, pensando no longo prazo.
Porque o longo prazo também deve ser desmembrado como uma corrente de ações imediatas. Uma empresa consolida seu posicionamento no mercado a partir de pequenos passos sólidos, a maioria inegociáveis se queremos fazer as coisas bem. Parecido à trajetória de formação de um desportista.
Aqui sim. Quando analisamos o terreno dos resultados devemos ser pacientes. Apesar de sustentar o longo prazo seja uma ação complexa, há dezenas de variáveis que intervém e, inclusive, conspiram contra esta decisão. Abaixar a ansiedade de um sócio é complexo. Explicar o projeto de forma integral a um investidor e que o entenda é complexo. É comum se deixar levar pela falsa necessidade de imediatismo nesta etapa e tropeçar nos erros não forçados.
Ninguém tem a varinha mágica e já falamos, em outros artigos, sobre os vieses que podem nos atrapalhar. O excesso de otimismo, por exemplo. Não devemos desperdiçar tempo e nem esforços em algo que nunca vai ter bons resultados. Em outras questões, sim.
Voltemos a Jeff Bezos. Em uma entrevista realizada há mais de cinco anos, contou que os jornalistas especializados costumam lhe preguntar o que ele crê que vai mudar nos próximos dez anos. Entretanto, nunca lhe preguntam pelo que não vai mudar nos próximos dez anos. Pergunta que é, todavia, mais interessante e cuja resposta lança dados chaves para trabalhar no imediato. O maravilhoso axioma de trabalhar nas coisas que nunca mudam.
Na semana passada li no “twitter” um texto muito engraçado que dizia: Lavar os pratos à noite é um presente que damos ao nosso eu do futuro. Meus parabéns à autora dessa linha tão criativa, lhe peço desculpas por não a citar pelo nome e sobrenome, não a consegui encontrar. Meu aporte a esse tuite é o seguinte: Cada ação bem pensada e realizada é um presente que damos ao nosso eu do futuro.
Isto reforça a tão gasta metáfora de semear para colher. Uma semente semeada com critério e bem cuidada é a que vai a gerar os melhores frutos. O imediato, de imediato. O resto, tempo ao tempo.
por Agustín Marangoni
Tradução: Filipe Ferreira
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